Bento Gonçalves da Silva (1788-1847) foi militar e revolucionário brasileiro. Foi um dos líderes da Guerra dos Farrapos ou Revolução Farropilha, que durou dez anos e pretendia a independência da província do Rio Grande do Sul. Foi eleito Presidente da República Rio-Grandense, pela maioria das câmaras municipais da província.
Bento Gonçalves da Silva (1788-1847) nasceu em Bom Jesus do Triunfo, Rio Grande do Sul, no dia 23 de setembro de 1788. Era o décimo filho do português, criador de gado, Joaquim Gonçalves da Silva e Perpétua Meireles. Passou sua infância na fazenda dos avós materno. Aprendeu a ler e escrever com facilidade. Montava com desenvoltura. Trabalhou durante muito tempo na fazenda de seu irmão mais velho.
Em 1811, alista-se na Companhia de Ordenação de D. Diogo de Sousa. Participa da primeira invasão na Província Cisplatina. Mais tarde desligado do serviço, passa a residir em Cerro Largo, no Uruguai, onde prospera com as atividades pastoris e adquire sua fazenda. Em 1814, casa-se com a uruguaia Caetana Garcia, com quem teve oito filhos.
Em 1816, participa da tropa enviada para combater os homens de Artigas que violaram a fronteira do Brasil. Bento é designado capitão de guerrilha. Após três anos de lutas, a Província Cisplatina foi anexada ao Brasil e Bento assume o governo da Vila de Melo.
Bento Gonçalves da Silva, pelos serviços prestados nas guerrilhas, recebe de D.Pedro I o posto de coronel das milícias e é nomeado comandante da fronteira sul do país. Sua destituição desse cargo, durante a regência do Padre Diogo Feijó, é o estopim da Revolução Farroupilha, em 1835. Bento Gonçalves entra em Porto Alegre e derruba o presidente da província, Antônio Fernandes Braga. Com o apoio da população, resiste às primeiras reações legalistas. No mês seguinte enfrenta as tropas regenciais, é derrotado e preso. Mandado para a Bahia, é encarcerado no Forte do Mar.
A Guerra dos Farrapos, ou Revolução Farroupilha, durou dez anos, foi a mais longa guerra civil brasileira. Durante a prisão de Bento Gonçalves, os farroupilhas proclamam a República Rio-Grandense, em 11 de setembro de 1836. No ano seguinte, com a ajuda de liberais baianos, Bento Gonçalves foge do cárcere e volta para o Rio Grande do Sul. É aclamado presidente da República Rio-Grandense, posto no qual se mantém até a derrota final dos revoltosos, em fevereiro de 1845.
Bento Gonçalves da Silva morre em Pedras Brancas, Rio Grande do Sul, no dia 18 de julho de 1847.