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Condessa Elizabeth Bathory
Condessa Elizabeth Bathory

 

Elizabeth Bathory 1

A Condessa Elizabeth Bathory (Erzsebet Báthory, do original), foi uma das mulheres mais perversas e sanguinárias que a humanidade já conheceu. Os relatos sobre ela ultrapassam a fronteira da lenda e a rotulam através dos tempos como A Condessa de Sangue.

Nascida em 1560, filha de pais de famílias aristocráticas da Hungria, Elizabeth cresceu numa época em que as forças turcas conquistaram a maior parte do território Húngaro, sendo campo de batalhas entre Turquia e Áustria. Vários autores consideram esse o grande motivo de todo o seu sadismo, já que conviveu com todo o tipo de atrocidades quando criança, vendo inclusive suas irmãs sendo violentadas e mortas por rebeldes em um ataque ao seu castelo. Ainda durante sua infância, ficou sujeita à doenças repentinas acompanhadas por uma intensa ira e comportamento incontrolável, além de ataques epiléticos. Teve uma ótima educação, inclusive sendo excepcional pela sua inteligência. Falava fluentemente húngaro, latim e alemão. Embora capaz de cometer todo tipo de atrocidade, ela tinha pleno controle de suas faculdades mentais.

Aos 14 anos engravidou de um camponês, e como estava noiva do Conde Ferenc Nadasdy, fugiu para não complicar o casamento futuro; que ocorreu em maio de 1575. Seu marido era um oficial do exército que, dentre os turcos, ganhou fama de ser cruel. Nos raros momentos em que não se encontrava em campanha de batalha, ensinava a Elizabeth algumas torturas em seus criados indisciplinados, mas não tinha conhecimentos da matança que acontecia na sua ausência por ação de sua amada esposa.

Quando adulta, Elizabeth tornou-se uma das mais belas aristocratas. Quem em sua presença se encontrava, não podia imaginar que por trás daquela atraente mulher, havia um mórbido prazer em ver o sofrimento alheio. Num período em que o comportamento cruel e arbitrário dos que mantinham o poder para com os criados era algo comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava motivos para aplicar punições e se deleitava na tortura e na morte de suas vítimas; muito além do que seus contemporâneos poderiam aceitar. Elizabeth enfiava agulhas embaixo das unhas de seus criados. Certa vez, num acesso de raiva, chegou a abrir a mandíbula de uma serva até que os cantos da boca se rasgassem. Ganhou a fama de ser “vampira” por morder e dilacerar a carne de suas criadas. Há relatos de que numa certa ocasião, uma de suas criadas puxou seu cabelo acidentalmente aos escová-los. Tomada por uma ira incontrolável, Bathory a espancou até a morte. Dessa forma, ao espirrar o sangue em sua mão, se encantou em vê-lo clarear sua pele depois de seco. Daí vem a lenda de que a Condessa se banhava em sangue para permanecer jovem eternamente.

Acompanhando a Condessa nestas ações macabras, estavam um servo chamado apenas de Ficzko, Helena Jo, a ama dos seus filhos, Dorothea Szentos (também chamada de Dorka) e Katarina Beneczky, uma lavadeira que a Condessa acolheu mais tarde na sua sanguinária carreira.

Os primeiros dez anos, Elizabeth e Ferenc não tiveram filhos pela constante ausência do Conde. Por volta de 1585, Elizabeth deu à luz uma menina que chamou de Anna. Nos nove anos seguintes, deu à luz a Ursula e Katherina. Em 1598, nasceu o seu primeiro filho, Paul. A julgar pelas cartas que escreveu aos parentes, Elizabeth era uma boa mãe e esposa, o que não era de surpreender; visto que os nobres costumavam tratar a sua família imediata de maneira muito diferente dos criados mais baixos e classes de camponeses.

Um dos divertimentos que Elizabeth cultivava durante a ausência do conde, era visitar a sua tia Klara Bathory. Bissexual assumida e muito rica e poderosa, Klara tinha sempre muitas raparigas disponíveis para ambas “brincarem”.

Em 1604 seu marido morreu e ela se mudou para Viena. Desse ponto em diante, conta a história que seus atos tornaram-se cada vez mais pavorosos e depravados. Arranjou uma parceira para suas atividades, uma misteriosa mulher de nome Anna Darvulia (suposta amante), que lhe ensinou novas técnicas de torturas e se tornou ativa nos sádicos banhos de sangue. Durante o inverno, a Condessa jogava suas criadas na neve e as banhava com água fria, congelando-as até a morte. Na versão da tortura para o verão, deixava a vítima amarrada banhada em mel, para os insetos devorarem-na viva. Marcava as criadas mais indisciplinadas com ferro quente no rosto ou em lugares sensíveis, e chegou a incendiar os pelos pubianos de algumas delas. Em seu porão, mandou fazer uma jaula onde a vítima fosse torturada pouco a pouco, erguendo-a de encontro a estacas afiadas. Gostava dos gritos de desespero e sentia mais prazer quando o sangue banhava todo seu rosto e roupas, tendo que ir limpar-se para continuar o ato.

Quando a saúde de Darvulia piorou em 1609 e não mais continuou como cúmplice, Elizabeth começou a cometer muitos deslizes. Deixava corpos aos arredores de sua moradia, chamando atenção dos moradores e autoridades. Com sua fama, nenhuma criada queria lhe servir e ela não mais limitou seus ataques às suas servas, chegando a matar uma jovem moça da nobreza e encobrir o fato alegando suicídio.

As investigações sobre os assassinatos cometidos pela Condessa começaram em 1610. Foi uma excelente oportunidade para a Coroa que, há algum tempo, tinha a intenção de confiscar as terras por motivos de dívida de seu finado marido. Assim, em dezembro de 1610 foi presa e julgada. Em janeiro do ano seguinte foi apresentada como prova, anotações escritas por Elizabeth, onde contava com aproximadamente 650 nomes de vítimas mortas pela acusada. Seus cúmplices foram condenados à morte e a Condessa de Bathory à prisão perpétua. Foi presa num aposento em seu próprio castelo, do qual não havia portas nem janelas, só uma pequena abertura para passagem de ar e comida.

Ficou presa até sua morte em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras de Bathory, em Ecsed. O seu corpo deveria ter sido enterrado na igreja da cidade de Csejthe, mas os habitantes acharam repugnante a ideia de ter a “Infame Senhora” sepultada na cidade.

Até hoje, o nome Erzsebet Báthory é sinônimo de beleza e maldade para os povos de toda a Europa.

Devido aos supostos crimes horrendos que teria cometido, Báthory tornou-se uma das personagens históricas mais inspiradoras da arte, nomeadamente a gótica: incontáveis referências lhe têm sido feitas nas áreas do cinema, literatura, música, entre outros.

 

Literatura

  • “Samyaza” – 2013 – da brasileira Susy Ramone, onde Báthory é descrita como filha de Samyaza, um anjo caído;
  • “Modern Marvels – Viktoriana” – 2011 – de Wayne Reinagel, onde Báthory é descrita como filha de Drácula;
  • “The Countess” – 2010 – por Rebecca Johns (uma biografia romantizada da condessa);
  •  “En, Báthory Erzsébet” (“Eu, Isabel Báthory”) – 2010 – da escritora húngara Mária P. Szabó;
  •  “Unkarilainen taulu” (“O Retrato Húngaro”) – 2008 – do autor finlandês Mikko Karppi;
  • “O Legado de Bathory” – 2007 – do autor brasileiro Alexandre Heredia;
  • “This Rough Magic” (2003) e “Much Fall of Blood” (2010), livros da série “Heirs of Alexandria” dos autores Mercedes Lackey, Eric Flint e Dav Freer, apresentam Erzsébet como uma das principais vilãs;
  • “The Blood Confession” – 2006 – de Alisa M. Libby;
  • “The Trouble With the Pears” – 2006 – por Gia Bathory Al Babel;
  • “Dead On My Feet” – 2003 – segundo livro da série “Half/Life” do escritor William Mark Simmons, onde o protagonista Chris Csejthe é apresentado como descendente da condessa. O enredo, nomeadamente neste segundo livro da série, é centrado na questionável inocência de Katarina Beneczky.
  • “Ella, Drácula” – 2002 – do autor espanhol Javier García Sánchez;
  • “Buffy the Vampire Slayer” – 1998 – um dos contos apresentados no primeiro volume editado da série, “Die Blutgrafin”, é passado no castelo de Isabel em 1609. É dada a Ildikó a missão de matar a suposta vampira, que se dizia beber sangue a fim de manter-se jovem para sempre;
  • “The Blood Countess” – 1995 – por Andrei Codrescu;
  • “Daughter of the Night” – 1994 – Elaine Bergstrom;
  • “Anno Dracula” – 1992 – de Kim Newman, apresenta Elizabeth Báthory como uma familiar do rei dos vampiros, Drácula;
  • “The Blood Countess, Erzsébet Báthory of Hungary (1560–1614: A Gothic Horror Poem of Violence and Rage)” – 1987 – do poeta americano Robert Peters;
  • “Rumfuddle” – 1973 – por Jack Vance;
  • “62: Modelo para Armar” – 1968 – do escritor espanhol Julio Cortázar, refere-se em muitas passagens à condessa Bathory;
  • “The Bloody Countess” – 1968 – uma pequena novela gótica da autora argentina Alejandra Pizarnik;
  • “Sanguinarius” – 1961 – segundo livro da trilogia “Sardonicus”, do autor Ray Russell, onde a própria Erzsébet Báthory narra a sua história e os seus crimes;
  • “Báthory Erzsébet” – 1940 – de Kálmán Vándor;
  • “Ördögszekér” (“O Vagão do Diabo”) – 1925 – por Sándor Makkai (aqui é contada a história de um romance incestuoso entre os sobrinhos de Isabel, Gábor Báthory e Anna, adotados pelo irmão mais velho da condessa, Estêvão Báthory;
  • “Drácula” – 1897 – de Bram Stoker. O mais famoso vampiro do mundo é inspirado nas histórias e crimes envolvendo tanto a condessa Erzsébet Bathory quanto o príncipe Vlad III, O Empalador;
  • “Ewige Jugend” (“Juventude Eterna”) – 1886 – por Leopold von Sachor-Masoch;
  • “Carmilla” – 1872 – o primeiro romance vampiresco da história da literatura, escrito por Sheridan Le Fanu. Conta a história da jovem Laura, que é lentamente atacada e seduzida por uma vampira de nome Carmilla, que é, na verdade, um disfarce da condessa Mircalla Karnstein, supostamente morta há séculos.
  • “Báthory Erzsébet: történeti beszély két énekben” (“Erzsébet Báthory: Um Conto Histórico em Dois Cânticos”) – 1847 – do poeta húngaro Sándor Vachott;

 

Cinema

  • Chastity Bites – 2013 – com Louise Griffiths interpretando “Liz Batho”;
  • Epitaph: Bread and Salt – 2013 – com Kaylee Williams interpretando “Liz Bathory”;
  • Die Blutgrafin – 2011;
  • 30 Days of Night: Dark Days – 2010;
  • The Countess – 2009 – com Julie Delpy produzindo, dirigindo e interpretando Erzsébet Báthory;
  • Bathory: Countess of Blood – 2008 – com Anna Friel interpretando Erzsébet Báthory;
  • Blood Scarab – 2007 – com Monique Parent como Elizabeth Bathory;
  • Demon’s Claw – 2006 – com Kira Reed no papel de Bathory;
  • Dracula’s Curse – 2006 – com Christina Rosenberg interpretando “Ezabet Bathorly”;
  • Stay Alive – 2006 – com Maria Kalinina como Elizabeth Bathory;
  • Os Irmãos Grimm – 2005 – com Monica Bellucci interpretando a rainha má que precisa matar 12 virgens para ter sua juventude eterna de volta;
  • Eternal – 2004 – a história macabra da condessa Báthory revivida nos tempos modernos;
  • Tomb of the Werewolf – 2004 – com Michelle Bauer no papel de Isabel Báthory;
  • Killer Love – 2002 – enredo desencadeado pela história do banho de sangue;
  • Bahtory – 2000 – com Diane Witter interpretando Elizabeth e Carole Roggier como Anna Darvulia;
  • La Mort Mystérieuse de Nina Chéreau – 1988 – inspirado na história de Isabel Báthory;
  •  Night of the Werewolf – 1981 – com Julia Saly como Bathory;
  • Thirst – 1979 – com Chantal Contouri interpretando uma descendente direta da condessa;
  • Immoral Tales – 1974 – com Paloma Picasso como Condessa Elizabeth Bathory;
  • Ceremonia Sangrienta – 1973 – com Lucia Bosé como Erzébet Bathory;
  • Curse of the Devil – 1973 – com Maria Silva interpretando Elizabeth Bathory;
  • Daughters of Darkness – 1971 – com Delphine Seyrig como Condessa Bathory;
  • Countess Dracula – 1970 – de Peter Sasdy – com Ingrid Pitt como Condessa Elizabeth;
  • Necropolis – 1970 – dirigido por Franco Brocani e com Viva Auder no papel de Báthory;

 

Música

  • “Báthory Erzsébet” – um musical de 2012 composto pelos húngaros György Szomor e Péter Pejtsik;
  • “Beauty Through Order” é uma canção da banda de trash metal Slayer, do álbum de 2009 World Painted Blood;
  • “Elizabeth” é uma das canções presentes no álbum “Knives”, de 2009, da banda de horror punk Aiden;
  • A banda russa de black metal Messiya produziu em 2009 um EP intitulado “Erzebet”;
  • A banda de doom metal Candlemass lançou em 2009 o álbum “Death Magic Doom”, que inclui uma canção chamada “The Bleeding Baroness”, obviamente contando a história do banho de sangue;
  • “Well Dressed Killing Machine” (2009) é um álbum conceitual sobre a condessa, escrito pela banda de heavy metal Ellsbeth, cujo próprio nome é inspirado em Elizabeth;
  • “Bathe In Blood”, canção da banda Evile, do álbum “Enter The Grave” (2007);
  • “La Condesa Inmortal” (2007) é outro álbum conceitual dedicado a Bathory, da banda mechicana de heavy metal Erzsébeth;
  • “Resurrection” (2003) e “Schwarzer Engel” (2005) são os primeiros EPs da banda gótica espanhola Forever Slave, descritos pela vocalista Lady Angellyca como duas pequenas óperas góticas sobre a Condessa de Sangue;
  • “Bathory’s Sainthood”, do álbum homônimo da banda de hardcore americana Boy Sets Fire, de 2003;
  • A banda de symphonic metal Kamelot compôs, em 2001, para o álbum Karma, uma série de três canções contando a história de Bathory: “Elizabeth I: Mirror, Mirror”, “Elizabeth II: Requien For The Innocent” e “Elizabeth III: Fall From Grace”;
  • “Erzsébet: The Opera” – uma ópera de 2001 escrita por Dennis Bathory-Kitsz, um provável descendente da linhagem Báthory-Nádasdy;
  • O tema “Villa Vampiria”, do álbum “Ravenous” de 2001, da banda God Dethroned faz referência a Elizabeth;
  • A banda britânica de extreme metal Cradle of Filth lançou em 1998 um álbum conceitual intitulado Cruelty and the Beast, inteiramente dedicado a Bathory. Existem duas capas oficiais para o álbum, ambas retratando uma mulher banhada em sangue. A banda faz frequentes referências a Elizabeth Báthory em todos os seus álbuns;
  • “Elizabeth” é uma canção da banda tcheca de gothic rock XIII Stoleti, do álbum “Ztraceni v Karpatech” de 1998;
  • “Countess Bathory/Bathorycka” – uma ópera de 1994 escrita pelos eslovacos Ilja Zeljenka e Peter Maťo;
  • Os X Japan incluem no álbum de 1989 Blue Blood uma canção dedicada a Bathory, chamada “Rose of Pain”;
  • “Elizabeth Bathory” é uma canção do álbum de 1988 “Anno Domini”, da banda húngara de black metal Tormentor. em 1997, os suecos Dissection realizaram um cover da canção, presente no EP “Where Dead Angels Lie”;
  • O b-side do single Cities in Dust, da banda Siouxsie and the Banshees, uma canção chamada “An Execution”, é baseada na história de Elizabeth Bathory;
  • “Countess Bathory” é o maior êxito da banda de black metal Venom, presente no seu álbum de 1982 “Black Metal”;
  • A mais influente banda de black metal da Suécia, tomou o seu nome da Condessa de Sangue: Bathory. Além disso, a mesma banda compôs o tema “Woman of Dark Desires”, em homenagem a ela (mais tarde regravada pelo Cradle of Filth);
  • “Báthory Erzsébet” – uma ópera húngara de 1913 composta por Sándor Szeghő;
  • “Elizabeth” da banda de rock’n’roll sueca Ghost B.C.
  • “Elizabetha” é uma canção da banda austríaca de Gothic/Doom Metal Darkwell baseada na vida de Isabel Bathory e inclusa no álbum “Conflict of Interest” de 2002.
  • A banda de Black Metal/Viking Metal “Bathory” foi inspirada por Elizabeth Bathóry.
  • A banda brasileira de Folk/Death Metal “Malefactor” incluiu no seu último álbum “Anvil of Crom” a faixa de nome “Elizabathory”, também em referência à Elizabeth Bathory.